As liras que são tocadas no céu
Tocam, agora, no meu ouvido
Os portões da felicidade
Parecem ter sido abertos
E no mais tardar da noite
Grilos e sapos cantando
Vejo meu querido sertão:
Austero e belo
Não preciso ser alquimista
Pois aqui encontro minha pedra filosofal
Que transforma a morte em vida
O verde em cinza
O desalento em esperança
O elixir da longa vida
É fácil de encontrar
No campo, cheiro o verde da natureza
Na cidade, sinto a tranqüilidade do ar
Sou imortal neste dia
Felicidade, saúde e esperança
Encontro bem pertinho
Nesta terra de bonança
Se um dia deixei este chão
Para em outra terra morar
Não foi porque quis,
Mas quis, pois um dia irei voltar
E sabia que se estivesse longe
O meu amor iria aumentar
Voltarei em Tiradentes, em Pedro e João
Voltarei, sim senhor, para morar no meu sertão.
Tancredo Fernandes
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